Na Tribuna Popular, representante da Transiratiense desabafa sobre as dificuldades da empresa
A Tribuna Popular da Sessão Ordinária do dia 3 de março foi utilizada pelo Sr. Sergio Ricardo Zwar, Gerente da Viação Arilur Ltda Transportes (Transiratiense), o qual solicitou o uso da mesma para desabafar em relação a Lei Municipal nº 4671 aprovada pela Câmara no dia 24 de maio de 2019.
A Lei Municipal nº 4671 assegura aos idosos com idade a partir de 60 anos a gratuidade nos transportes coletivos do município. Conforme Sergio, a referida Lei foi aprovada de forma unilateral. “Não fomos chamados em nenhum momento para conversar”.
Sergio disse ainda que em todas as cidades do Brasil o transporte vem enfrentando dificuldades, tornando inviável o serviço. “Está ocorrendo uma queda de demanda de pagantes, isso ocorre porque muitas pessoas adquiriram transporte próprio. Precisamos de políticas públicas em apoio às empresas que operam o transporte, para que as mesmas possam se autossustentar. Em Irati não existe subsídio por parte do poder público que venha nos ajudar e existem Leis que acabam diminuindo a arrecadação, como por exemplo, os 50 % aos universitários concedido por lei municipal, e agora mais esta lei aprovada que aumenta a gratuidade, sendo que antes, era apenas as pessoas acima de 65 anos como manda a Lei Federal. Em várias cidades que existe esta lei municipal, a prefeitura subsidia parte e mantém o equilíbrio da empresa”, desabafou.
Sergio contou que é o atual administrador da empresa e vem buscando defendê-la para que ela possa se sustentar e continuar operando. “Mas precisamos que algumas medidas sejam tomadas, hoje por consequência desta lei, estamos com muitas dificuldades e dívidas. Se permanecer assim iremos à falência. Precisamos de ajuda desta casa e do Executivo para que o transporte não pare. Temos hoje nas três empresas cerca de 60 funcionários, ou seja, são 60 famílias que dependem desta empresa. Temos uma média de 48 mil passageiros por mês e além de idosos, concedemos gratuidade também a bombeiros, policiais e guardas municipais fardados”, comentou.
José Bodnar lembrou que a Lei veio do executivo para o Legislativo. “Houve reajuste de 10% na tarifa, de R$ 4,00 foi para R$ 4,40 portanto, como não pode mais haver reajuste, a sugestão é que deveria haver um subsídio por parte da prefeitura”. Rogério Luís Kuhn reconheceu que houve um equívoco por parte dos poderes quanto as discussões junto a empresa em relação a Lei aprovada. “Quanto ao transporte ele está caindo ano a ano, isso é verdade, as pessoas estão adquirindo veículos, motocicletas, bicicletas elétricas, entre outros meios. Sabemos que a meia passagem dos estudantes também altera a planilha. A empresa está realmente operando com dificuldades, com a metade que trabalhavam em 2006. São 13 anos de aumentos progressivos no óleo diesel, acima do padrão da inflação. Por outro lado, temos os idosos que estão cada vez mais garantindo direitos. Sobre o subsídio por parte do poder público, é verdade, mutas cidades praticam”, afirmou Kuhn dizendo que “a empresa tem o apoio desta casa para tentarmos equalizar isso de maneira que não prejudique nenhum dos lados. Ficamos a disposição para conversas, é assim que funciona a democracia”.
Roni Surek disse: “mais de 30 anos atendendo Irati. Vou defender a empresa porque muitas delas a nível de Brasil estão falindo. Não podemos tirar o direito adquirido dos idosos, o projeto passou pelo conselho veio até o executivo, quando chegou aqui pensamos que estava tudo conversado. E agora quem irá pagar esta conta? É hora de sentarmos, conversarmos e analisarmos junto com o executivo e ver o que podemos fazer. Na época que eu trabalhava na Ciretran, Irati já era é o maior município em número de veículos por habitantes no Paraná”.
Para Helio de Mello esta discussão e preocupação do empresário é de grande valia, pois além de transportar pessoas, sustenta e mantém o pão de cada dia da mesa de muitos trabalhadores. Imagino que se tivéssemos tido esta conversa antes da votação do projeto, o rumo seria outro. “Aguardamos agora que o Executivo nos encaminhe outro projeto equilibrando esta situação. Sugiro também o limite de quatro passagens semanais para idosos”. Marcelo Rodrigues destacou a cobrança que existe de trazer mais empresas para Irati. “Mas muitas vezes não damos importância para as que já estão instaladas no município”. Sobre a Lei aprovada, Rodrigues afirmou que a culpa é de quatro entidades: “O conselho que aprovou, o Executivo que enviou o projeto, da própria empresa que não foi atrás na época e também da Câmara. Precisamos dividir a culpa e não podemos deixar esta empresa que oferece muitos empregos, fechar”, alertou.
O Presidente Nei Cabral agradeceu a presença do Sergio e lembrou que a Lei não limita o número de passagens gratuitas, “é algo que pode ser alterado”. Cabral indagou ainda sobre a situação da empresa, “desde quando estão enfrentando dificuldades?”. Segundo Sergio, a empresa vem sofrendo há algum tempo já, “mas estávamos conseguindo equilibrar e pagar as dívidas, porém, desde que foi aprovado esta Lei 4671, a situação se inverteu e as dívidas aumentaram”, lamentou. Nei sugeriu que os vereadores formem uma Comissão para melhor análise das planilhas financeiras da empresa e a Câmara possa, de alguma forma, ajudar.
Sergio agradeceu o espaço na Casa e o auxílio de todos os parlamentares para que a empresa não tenha que fechar as portas. O Presidente registrou o reconhecimento do Legislativo ao importante trabalho prestado pela empresa e aos seus colaboradores, ressaltando que a Casa estará auxiliando na busca por uma solução, que contente tanto a empresa, quanto ao Executivo e os cidadãos iratienses.
(Assessoria Câmara Municipal de Irati)